13 de Maio - Festa de Nossa Senhora de Fátima
No dia de sua festa, mais uma vez a voz de Fátima chegou a nós: não endureçamos nossos corações, porque só assim teremos achado o caminho da paz verdadeira.
Autenticidade dos três mensageiros
Faça-se um teste: tomem-se várias crianças em separado, e mande-se-lhes que
fantasiem a título de composição literária uma aparição de Nossa Senhora,
descrevendo seu semblante, seu traje, suas expressões fisionômicas, seus gestos,
anotando-lhe as palavras, o que sairia de tudo isto? Quanta coisa infantil,
quanta concepção grotesca, quanto pormenor francamente ridículo!
O nível de instrução
das crianças de Fátima era incomparavelmente inferior ao de uma criança de
cidade. Não conheciam teatros nem cinemas, não tinham visto livros com figuras representando
rainhas, senhoras de corte dos tempos antigos, etc. Não tinham, pois, outra ideia
de beleza, elegância e distinção, que não a que filtrava até elas em que
luscofusco! Através dos tipos femininos que viam em redor de si na aldeia. Não
possuíam a menor noção da beleza própria aos vários coloridos e a suas
respectivas combinações.
Tudo isto não
obstante, a Senhora que lhes aparece, eles a descrevem com pormenores suficientes
para se ver que era uma figura de sublime beleza, trajada com uma rara
majestade e simplicidade. Senhora, aliás, tão diferente de tudo quanto eles
conheciam em matéria de imagens, que não suspeitariam que fosse Nossa Senhora,
e nem sequer uma Santa. Foi só quando a Senhora se declarou, que souberam com
Quem tratavam.
Essa Senhora lhes
disse coisas muito elevadas. Falou-lhes da guerra, falou-lhes do Papa (que Jacinta,
a menor, não sabia que existisse), falou-lhes da pureza dos costumes e do
respeito aos domingos, falou-lhes de
política e de sociologia. E essas crianças repetem a mensagem com uma
fidelidade extraordinária!
Realmente, como diz
a Escritura, Deus tira para si, “da boca das crianças, um louvor perfeito”.
Mensagem absolutamente ortodoxa
É o momento de
considerarmos a mensagem. Antes de tudo, notemos que ela é absolutamente
ortodoxa. Não é fácil inventar uma mensagem ortodoxa. Muito figurão “católico”
que serve para discursos de inauguração, de luto, etc., etc., etc., toma um cuidado
tremendo para não preparar um discurso que cheire a heresia... e solta duas ou três
heresias em seu discurso. Ora, todas, bsolutamente
todas as palavras da Senhora aos pequenos pastores são de uma ortodoxia absoluta.
Tratando temas complexíssimos, Ela nem uma só vez erra em doutrina.
Positivamente, isto
não poderia ser invenção de pequenos pastores.
Mas há mais. A
mensagem da Senhora, que sobreveio precisamente no momento crucial em que se
preparava o após-guerra, esprezando as
manifestações aparatosas de falso patriotismo e de cientificismo dos
“técnicos”, colocou com grande simplicidade todas as coisas em seus termos
únicos e fundamentais.
A guerra fora um
castigo do mundo, por sua impiedade, pela mpureza de seus costumes, por seu hábito de
transgredir os domingos e dias santos.
Isto resolvido, todos os assuntos se resolveriam por si. Isto não resolvido,
todas as soluções nada resolveriam... E se o mundo não ouvisse a voz da
Senhora, se ele não respeitasse esses princípios, nova conflagração viria, precedida
de fenômeno celeste extraordinário. E essa conflagração seria muito mais
terrível que a primeira.
Desprezo, mais pecados e novo castigo
Reuniram-se os
técnicos .... “et convenerunt in unum adversus Dominum” (e decidiram por unanimidade
contra o Senhor). Construíram uma paz sem Cristo, uma paz contra Cristo. O
mundo se afundou ainda mais no pecado, a despeito da mensagem de Nossa Senhora.
Em Fátima, os milagres se multiplicavam, às dezenas, às centenas, aos milhares.
Ali estavam eles, acessíveis a todos, podendo ser examinados por todos os
médicos de qualquer raça ou religião.
As conversões já não
tinham número. E, tudo isto não obstante, ninguém dava ouvidos a Fátima. Uns
duvidavam sem quererem estudar.
Outros negavam sem
examinar. Outros criam mas não tinham coragem de o dizer. A voz da Senhora não
se ouviu.
Passaram-se mais de
vinte anos. Um belo dia, sinais estranhos se viram no céu... Era uma aurora
boreal, noticiada por todas as agências telegráficas da terra. Do fundo de seu
convento, Lúcia escreveu a seu Bispo: era o sinal, e dentro em breve a guerra
viria. A guerra veio dentro em breve. Ela está aí, e hoje se cuida novamente de
“reorganizar o mundo”, aos últimos clarões desta luta potencialmente já vencida.
Não endureçamos nossos corações...
“Si vocem ejus hodie
audieritis, nolite obdurare corda vestra – se hoje ouvirdes sua voz, não endureçais
vossos corações”, diz a Escritura.
Inscrevendo a festa
de Nossa Senhora de Fátima no rol das celebrações litúrgicas, a Santa Igreja
proclama a perenidade da mensagem de Nossa Senhora dada ao mundo através dos pequenos
pastores. No dia de sua festa, mais uma vez a voz de Fátima chegou a nós: não endureçamos
nossos corações, porque só assim teremos achado o caminho da paz verdadeira. ♦
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